Volta do horário de verão só após as eleições. Entenda!

Volta do horário de verão só após as eleições. Entenda!

A volta do horário de verão é uma questão que vem sendo discutida no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Entretanto, a medida não será implementada antes das eleições municipais de outubro. O adiamento dessa decisão é resultado de um pedido feito pela presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministra Cármen Lúcia. Nesse sentido, ela manifestou preocupação com o impacto da medida na operacionalização das eleições.

Inicialmente, o governo Lula cogitava a volta do horário de verão como uma alternativa para enfrentar a seca severa que afeta o país. Do mesmo modo, isso buscaria economizar energia elétrica. No entanto, a ministra Cármen Lúcia expôs sua apreensão ao governo, destacando que a mudança nos horários poderia interferir no processo eleitoral. A ministra argumentou que as urnas já estão programadas e lacradas em suas respectivas regiões. Ainda mais, a alteração no horário traria desafios logísticos, principalmente nos estados que seguem fusos diferentes do horário de Brasília.

Após ouvir essas preocupações, o presidente Lula decidiu que a volta do horário de verão só ocorrerá depois das eleições, a menos que o país enfrente uma crise energética grave. Contudo, segundo especialistas do setor, isso não é esperado no curto prazo. A decisão foi comunicada à ministra Cármen Lúcia por interlocutores do governo. Dessa forma, o governo prefere evitar qualquer complicação adicional no processo eleitoral.

Volta do horário de verão leva em conta a crise energética

Além das questões eleitorais, o debate sobre a volta do horário de verão também está relacionado à atual crise energética enfrentada pelo Brasil. Na última semana, o Ministério de Minas e Energia confirmou que está avaliando a possibilidade de retomar o horário de verão. Nesse sentido, isso seria uma medida para economizar energia. A seca extrema que atinge diversas regiões do país tem gerado preocupações quanto à capacidade de geração de energia. Do mesmo modo, motivou o governo a considerar várias alternativas, incluindo o funcionamento ampliado de usinas termelétricas a gás.

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, ressaltou que a volta do horário de verão pode ajudar a reduzir a demanda de energia em horários críticos, como o final da tarde. Esse período é particularmente desafiador para o sistema elétrico, pois há uma queda na produção de energia por fontes como a solar e a eólica. Ao mesmo tempo em que a demanda aumenta, devido ao fim do expediente comercial e ao início das atividades domésticas. Com menos luz natural, a população recorre ao uso de eletrodomésticos, ar-condicionado e iluminação, gerando um pico de consumo.

“É aquele horário que o cidadão sai do trabalho, vai para casa, liga o ar-condicionado, vai tomar banho e ligar a televisão, e isso tudo quase ao mesmo tempo, gerando um grande pico de consumo”, explicou o ministro. Para Silveira, o horário de verão pode ser uma solução eficiente para reduzir essa demanda, uma vez que o prolongamento do dia com luz natural contribui para um menor uso de energia elétrica nesse período.

Medida pode influenciar em setores econômicos

A possível volta do horário de verão não envolve apenas a questão energética. O ministro destacou que essa medida também impulsiona setores econômicos importantes, como o turismo, bares e restaurantes. “Nós sabemos que, apesar da divisão de opiniões na sociedade sobre o horário de verão, ele tem outros efeitos que precisam ser analisados, além da economia de energia. Ele estimula fortemente a economia do turismo, bares, restaurantes e a economia cotidiana”, afirmou Alexandre Silveira.

Extinção foi adotada em 2019

O horário de verão, que foi extinto em abril de 2019 pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), era uma medida adotada para aproveitar melhor a luz natural durante o verão. Assim, reduzir o consumo de energia no horário de pico. A decisão de Bolsonaro de extinguir o horário de verão foi baseada em estudos que indicavam que o impacto da medida na economia de energia havia se reduzido ao longo dos anos, principalmente devido às mudanças nos hábitos de consumo e à modernização dos sistemas de geração de energia.

No entanto, a seca extrema e o aumento das bandeiras tarifárias nas contas de luz reacenderam o debate sobre a eficácia do horário de verão como uma ferramenta para enfrentar crises energéticas. Embora a retomada da medida ainda esteja em fase de avaliação, a possibilidade de seu retorno após as eleições tem gerado discussões tanto no governo quanto na sociedade.

Até o momento, o Palácio do Planalto não se manifestou oficialmente sobre a questão. Entretanto, fontes do governo indicam que a prioridade é garantir que as eleições municipais ocorram sem transtornos. Caso a crise energética se agrave, a volta do horário de verão pode ser antecipada. Caso contrário, a medida só será implementada após o término do processo eleitoral.

Em resumo, a volta do horário de verão é uma possibilidade concreta, mas sua implementação está diretamente condicionada à situação energética do país e à necessidade de garantir a operacionalização eficiente das eleições municipais. O governo, atento a essas duas questões, continua avaliando a melhor forma de lidar com a crise energética, sem comprometer o andamento das eleições.

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